A internet tem cada vez mais presença quando o assunto são compras – antes reservadas apenas aos shoppings centers e lojas de rua. E com o comércio virtual, surgem também novas possibilidades de compras em sites internacionais que vendem produtos nem sempre encontrados no Brasil. Segundo um levantamento realizado com pessoas que compram pela internet em todas as capitais brasileiras pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz, quatro em cada dez (38%) consumidores virtuais já compraram ao menos uma vez em sites internacionais e 42% das compras online foram feitas nestes sites no último ano.
Entre os que mais consumiram estão os pertencentes às classes A e B (48%), pessoas mais escolarizadas (49%) e os mais jovens (45%). Os sites mais acessados são americanos e chineses, e os produtos mais citados nas compras internacionais são roupas (51%), seguidas de acessórios de vestuário, como cintos e bolsas (36%), acessórios para celulares e tablets (33%), artigos para bebês e crianças (23%), e cosméticos e perfumes (22%). Ainda que o ranking de produtos seja igual em ambos os países, há destaque para as compras de livros, cosméticos, DVDs e CDs nos sites dos Estados Unidos e de vestuário nos da China.
Para 88%, preço baixo é principal vantagem para compras
Para 88% dos entrevistados, a vantagem mais citada para comprar em sites internacionais é o preço baixo – logo após aparecem variedade de produtos (53%) e poder comprar produtos mais exclusivos (31%).
A demora na entrega é a desvantagem mais importante para a grande maioria dos consumidores (85%). Além disso, foram citadas as taxas de importação (57%), a possibilidade da Receita Federal apreender a compra (41%) e a incerteza sobre a entrega dos produtos (31%). “Com exceção dos livros, que contam com isenção tributária, muitos produtos podem ficar retidos ao passarem pela alfândega, na chegada ao Brasil”, diz a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Nesses casos, o barato pode sair caro, já que para liberar as encomendas, o consumidor precisa pagar o Imposto de Importação e o ICMS, que podem encarecer a compra em mais de 60%”, explica a economista.
A pesquisa do SPC Brasil também identificou que, em média, os sites internacionais demoram o equivalente a cinco vezes o prazo dos sites nacionais para entregarem os produtos (57 dias para os internacionais frente aos 12 dias dos sites brasileiros).
Com a alta do dólar e inflação, compras internacionais podem não valer a pena
Segundo a economista-chefe, antigamente o risco de comprar em sites internacionais e o prazo maior de entrega compensava o preço mais barato, mesmo se os produtos fossem retidos e a taxa cobrada. “Com o dólar e inflação em alta e o orçamento mais apertado, não compensa para o consumidor esperar muito tempo para receber o produto, além de pagar um frete muito mais caro do que se a compra fosse feita no Brasil”, analisa. Para Kawauti, a diferença entre os valores dos produtos em outros países e no Brasil pode não ser tão grande no final. “Assim, as compras nesses sites ficam cada vez mais caras para o bolso dos brasileiros”, aponta.
Dicas para boas compras nos sites internacionais
• Verifique o número de reclamações da empresa em sites especializados, fóruns e redes sociais;
• Cheque se os valores de câmbio e possíveis taxas compensam a compra, se comparados a sites nacionais. Se estiver comprando no cartão de crédito, lembre-se que a taxa de câmbio usada para a conversão será aquela do dia do fechamento da fatura;
• Compre um produto mais barato primeiro para ver se a entrega é feita corretamente e no prazo, para só depois fazer compras mais caras no site;
• Compare os preços e fretes em diversos sites, de diferentes países. Às vezes promoções e descontos diminuem o preço consideravelmente.
Metodologia
Foram ouvidas 676 pessoas das 27 capitais brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos, de todas as classes sociais e que já fizeram alguma compra virtual. A margem de erro é de 3,7 pontos percentuais e a confiança é de 95%.
Fonte: Assessoria de imprensa do SPC Brasil
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