A área de vendas é essencial para toda empresa – afinal, é assim que se consegue receita. Diante dessa importância, muitos empreendedores de primeira viagem ficam com frio na barriga só de pensar em falar com futuros clientes. Porém, ser iniciante no mundo da negociação não é nenhum impedimento para fazer uma boa primeira venda e, assim, gerar muitas outras.
Pelo contrário: quando o iniciante em vendas tem acesso a técnicas e é dedicado, é comum que ele tenha uma evolução ainda melhor do que a de um vendedor experiente que não faz uso da mesma metodologia, diz Mário Rodrigues, diretor do IBVendas.
“O iniciante aplica com cuidado a ferramenta que recebe, porque é a única que ele conhece. Isso é bom, já que venda é uma ciência, e não uma obra do acaso.”
Hoje, o profissional de vendas deve estar muito mais focado em oferecer soluções para o problema do cliente do que em apenas vender um produto ou serviço, afirma Christian Manduca, professor de Marketing no Ibmec/MG. “Essa venda passa tanto por aspectos tangíveis quanto intangíveis, tornando o processo de comercialização mais complexo. Isso passa pela seleção de um vendedor adequado, pelo treino e pelo acompanhamento desse funcionário.”, diz.
Célia Marcondes Ferraz, diretora de Educação Executiva da ESPM/SP, faz coro à importância da preparação. “A atividade de vendas é de essencial importância, comparável ao desenvolvimento do produto, ao controle do caixa e à produção. Acreditar que é possível vender no improviso é colocar o ativo mais importante de uma empresa, que são suas receitas, nas mãos do acaso”, afirma Ferraz.
“Não existe ‘venda por impulso’, e sim ‘compra de impulso’: toda venda exige preparo. A boa notícia é que é possível aprender a fazer boas vendas.”
Agora que você já sabe que não é preciso nenhum dom inato para ser vendedor, confira algumas táticas para causar uma impressão incrível no seu cliente logo na primeira venda:
1. Analise quem é seu público-alvo
O primeiro ponto para ter uma boa primeira venda é entender quem é o seu cliente e como você chega até ele: ou seja, como ele usa seu produto ou serviço. “Conhecer a forma de aplicação é fundamental para saber se o que você oferece é realmente aquilo que seu consumidor necessita”, diz Célia. Com a combinação entre o que é oferecido e o que é procurado, a venda pode prosseguir.
2. Entenda mais sobre o que você irá vender
Hoje em dia, o cliente não chega na sua loja desinformado. Com o excesso de informações, é muito certo que esse consumidor já pesquisou e está comparando possibilidades. Por isso, seu trabalho não é descrever os aspectos técnicos do seu produto ou serviço: é entender a que necessidades ele atende.
Por exemplo, se você vende sapatos, pode atender necessidades conforto, design e opções de presente.. Da mesma forma, um smartphone não atende apenas à necessidade de manter contato com outras pessoas: o aparelho também pode ser sinônimo de status.
“Entenda que tipo de problema seu produto ou serviço resolve, e assim você entenderá de imediato o que trouxe o cliente para sua loja. Decorar características e ser um folheto falante é apenas parte do seu trabalho; saiba quais soluções você oferece”, diz Rodrigues, do IBVendas. “Lembre-se sempre que o cliente compra soluções. Por isso, não estresse o cliente com um excesso de informações, principalmente informações técnicas – a menos que seja uma venda técnica”, completa Célia.
3. Seja um detetive: menos falatório e mais audição
Para atender bem seu consumidor, é preciso obter o máximo possível de informações. É aí que entra em ação sua capacidade investigativa: ela é composta por sua habilidade em perguntar e, mais ainda, em ouvir. “Estabeleceu-se o mito de que o vendedor é aquele que fala bem. Na verdade, ele é o que ouve bem. Faça perguntas e entenda qual o motivo que trouxe o cliente até você, e isso é algo que vai muito além do mero produto. Quanto mais você entende a motivação, mais o cliente comprará de você”, afirma Rodrigues.
4. Sinta empatia pelo seu consumidor
É claro que você tem de ser investigativo, mas tenha cuidado para não se tornar aquele vendedor chato, que faz com que os clientes tenham de dizer, com um sorriso amarelo, que estão “apenas olhando”. “Essa desculpa acontece quando eu não quero ser atrapalhado, quando o vendedor me aborda de um jeito que eu acho que ele irá interferir no meu processo de avaliação”, diz Rodrigues.
Como resolver essa situação? Célia afirma que é preciso estimular o “rapport”: o momento em que é criada uma conexão com o cliente, por meio da empatia. Isso faz com que a conversação com ele possa fluir. Para ter uma boa venda, é preciso fazer uma abordagem leve, entendendo como o outro se sente.
Alguns gostam de ser recebidos efusivamente, e outros não. Apresente-se, diga que está à disposição e fique a uma distância segura: preparado para atendê-lo, mas não ao ponto de ele sentir sua respiração ao lado. “Ficar sugerindo vários produtos durante o processo de venda é um erro, por exemplo: evite ser aquele papagaio de pirata, que fica tagarelando no ombro do cliente.”
5. Não se intimide diante do cliente
Muitos vendedores de primeira viagem ficam intimidados pelo cliente e desejam livrar-se logo da situação – o que gera uma venda ruim ou até mesmo a falta de venda. Segundo Christian Manduca, do Ibmec/MG, isso acontece porque o vendedor não domina as especificidades do seu produto e nem do processo de venda.
“Diante da confrontação com o consumidor, muitos acabam ressaltando aspectos negativos do seu negócio: dizem que não há o produto que o cliente quer, sem oferecer outras possibilidades; ou contam que seu produto é mais caro por conta do aluguel; ou ainda não citam as facilidades da sua loja”, resume o professor do Ibmec/MG.
“Seja positivo e saiba que os compradores são cada vez mais críticos, e por isso você deve estar ainda mais preparado para questionamentos e para deixar seu cliente confortável na hora de decidir pela aquisição ou não do produto ou serviço”, aconselha.
Já Célia, da ESPM/SP, dá outro conselho para acabar com o receio na abordagem: descobrir as necessidades do outro lado. “Se você perguntou ao cliente o que ele precisa, será fácil vender as vantagens do seu produto ou serviço”.
6. Por fim, invista no pós-venda
O pós-venda é o último passo do ciclo de venda: é manter o relacionamento com o cliente que acabou de comprar na sua loja, para que ele volte mais vezes. “É na primeira vez que fica a impressão. Se você tiver um sucesso na primeira venda, as próximas vendas acontecerão: eu sempre falo que a empresa não vive de venda, e sim de revenda”, conta Manduca.
Rodrigues, do IBVendas, concorda com o conselho. “Um bom pós-venda é a pré-venda da próxima venda. Ou seja: é preciso garantir que a primeira venda foi boa – e isso você garante perguntando, sugerindo, ficando à disposição, abrindo-se para possíveis trocas de produtos, atentando-se para a experiência do seu cliente.”
Mesmo ações simples fazem muita diferença: por mais que você represente uma empresa, estabeleça uma relação pessoal com o consumidor, já que pessoas compram de pessoas. Apenas a ação de levar o cliente até a porta da loja e entregar a sacola já demonstra uma preocupação com o pós-venda, aconselha o diretor do IBVendas.
Fonte: Exame.com
Há mais trinta anos, um grupo de comerciantes Varejistas de Petrolina, percebendo, visionariamente, a amplitude na qual está terra se tornaria, reuniu-se na sede da antiga Companhia Telefônica do São Francisco, com intuito de criar uma entidade que representasse, organizasse e unisse a classe lojista.
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