Na contramão da expectativa dos muitos brasileiros que vibram com os feriados em dias úteis ao longo de 2015, os lojistas temem amargar mais um ano de vendas fracas com o esvaziamento nas datas comemorativas. Serão nada menos que 11 feriados nacionais em dias úteis, contra sete no ano passado. A Confederação Brasileira do Comércio de Bens, Consumo e Turismo (CNC) calcula que o varejo deixará de movimentar R$ 29,7 bilhões nesse período. Diante da necessidade de arrecadar, a redução na atividade econômica fará falta aos cofres públicos e, na opinião de especialistas, pode empurrar o país mais rapidamente para uma recessão.
O cenário é tão desfavorável que há quem compare ao período de Copa do Mundo, quando o Brasil parou para ver os jogos. “Devemos ter, em junho e julho, meses de melhores vendas em comparação ao ano anterior, mas isso não exclui a perspectiva de que teremos um impacto negativo no ano”, disse a economista-chefe do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), Marcela Kawauti.
“A cada feriado nacional, a lucratividade é corroída em 9,2%, ou R$ 2,7 bilhões em comparação a um dia comum”, explicou Fábio Bentes, economista-sênior da entidade. E a conta pode ser ainda maior. A Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) estima que, somente no varejo carioca, deixem de circular R$ 974 milhões por dia improdutivo. “Apesar de o turismo ser aquecido nos feriados, há, sim, perdas para o comércio. E não são apenas os feriados que geram impacto, mas os pontos facultativos também”, afirmou Christian Travassos, economista da Fecomércio.
Além das datas nacionais, as locais engordam os prejuízos ao setor. No caso do Distrito Federal, o Dia do Evangélico, celebrado em 30 de novembro, cairá em uma segunda-feira, o que pode ser um incentivo para que muitos brasilienses emendem com a sexta e o fim de semana anterior à data. “A maioria dos feriados cairá na segunda, terça ou sexta-feira, o que prolonga os fins de semana, possibilitando que muita gente viaje, esvaziando as cidades”, prevê o presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF, Edson de Castro.
Como muitas lojas fecham durante o carnaval, desaquecendo assim o comércio ao longo dos dias de festa, Castro espera para 2015, entre feriados e dias “enforcados”, um total de 43 dias em que milhares de brasileiros deixarão de trabalhar. “Teremos nesses dias uma paralisação total ou parcial da atividade econômica, o que provocará queda nas vendas e até desemprego”, avaliou.
Arrocho
Não existem muitas opções para os empresários: ou fecham as portas e ficam sem lucro no dia inativo ou abrem e correm o risco de pagar horas extras e fazer menos vendas. “O prejuízo que o feriado causa para cada comerciante, de forma individual, varia muito. Mas, independentemente de o comércio estar instalado em rua ou shopping, o dano é grande”, acrescentou Fabio Bentes, da CNC.
O custo trabalhista para o empresário que abrir o comércio em feriados é elevado. Segundo números da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP), em um dia, o acréscimo à folha de pagamento com os gastos adicionais é de 137%, sendo 100% devidos ao valor da hora paga e 37% de encargos diretos. “Se todas as empresas abrissem as portas, o comércio teria um custo adicional de R$ 6 bilhões”, afirmou Fábio Pina, assessor econômico da entidade.
Vida mansa
Ano será de muitos dias parados. Comerciantes reclamam. Veja a lista
Meses Dias Feriados
Janeiro 1º, quinta Dia da Confraternização Universal
Fevereiro 17, terça Carnaval
Abril 3, sexta Paixão de Cristo 21, terça Aniversário de Brasília e Tiradentes
Maio 1º, sexta Dia do Trabalho
Junho 4, quinta Corpus Christi
Setembro 7, segunda Independência do Brasil
Outubro 12, segunda Nossa Senhora Aparecida 28, quarta Dia do Servidor Público
Novembro 2, segunda Finados 15, domingo Proclamação da República 30, segunda Dia do Evangélico
Dezembro 25, sexta Natal
Fonte: Correio Braziliense
Há mais trinta anos, um grupo de comerciantes Varejistas de Petrolina, percebendo, visionariamente, a amplitude na qual está terra se tornaria, reuniu-se na sede da antiga Companhia Telefônica do São Francisco, com intuito de criar uma entidade que representasse, organizasse e unisse a classe lojista.
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