Dentre as cinco regiões brasileiras, o Centro-Oeste apresentou nos quatro primeiros meses deste ano o maior crescimento na quantidade de consumidores com dívidas em atraso no país. O aumento foi de 3,98%, número acima da média nacional de 3,39%. Somente no mês de abril, aproximadamente 95 mil novos consumidores passaram a integrar o banco de inadimplentes na região. O dado é do Indicador Regional de Inadimplência calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Na outra ponta, no acumulado do quadrimestre, a região Sudeste registrou a menor alta na quantidade de pessoas inadimplentes: 2,66%. As regiões Sul, Nordeste e Norte registraram, respectivamente, altas de 3,19%, de 3,07% e 2,81%.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o crescimento da quantidade de pessoas negativadas observado de forma generalizada em todas as regiões do país reflete o difícil cenário macroeconômico atual. A pressão exercida pela aceleração da inflação, o aumento das taxas de juros e a piora dos indicadores econômicos, sobretudo os de renda e emprego, têm impactado na capacidade de pagamento dos brasileiros, justifica a economista.
Sudeste lidera em quantidade de devedores e Norte, em proporção
No último mês de abril, a região Sudeste concentrava o maior número de consumidores inadimplentes registrados em serviços de proteção ao crédito – em números absolutos, foram 21,8 milhões de pessoas com pelo menos uma conta com a quitação pendente. Logo em seguida está o Nordeste com 14,8 milhões de devedores e o Sul, com 7,5 milhões. As regiões Norte e Centro-Oeste aparecem na sequência com números relativamente próximos: 5 milhões e 4,5 milhões, respectivamente.
De acordo com o levantamento, na passagem de março de 2015 para abril do mesmo ano, o Sudeste mostrou o maior saldo líquido de novos consumidores inadimplentes: foram 325 mil novos consumidores residentes na região que tiveram o seu CPF negativado em decorrência de atrasos no pagamento de contas, o que representa mais da metade do saldo líquido mostrado para o Brasil como um todo no mesmo período. Em seguida, aparece o Centro-Oeste, com 95 mil novos negativados, seguido pelo Norte e Nordeste, ambos com 60 mil novos devedores e, por último, o Sul, apresentando 55 mil novos consumidores registrados em serviços de proteção ao crédito.
Em relação à representatividade do número de devedores na comparação com o total da população de cada região, a tendência observada se altera entre as regiões. O Norte, apesar de apresentar o segundo menor número absoluto de inadimplentes, é a região que apresenta a maior parcela de sua população com contas em atraso: 45,2% do total de moradores. Em seguida surgem a região Centro-Oeste, com 40,9% de sua população com contas em atraso e o Nordeste, que tem 38,3% de seus moradores em situação de inadimplência. Em menor escalada estão as regiões Sul (34,7%) e Sudeste (34,4%).
Bancos lideram dívidas na maioria das regiões
Segundo o indicador do SPC Brasil, nos quatro primeiros meses deste ano as dívidas com os bancos, que incluem pendências no cartão de crédito, empréstimos, financiamentos e seguros lideraram o crescimento no número de dívidas em quatro das cinco regiões brasileiras: Sul (10,25%), Nordeste (10,15%), Norte (10,11%) e Sudeste (9,35%). No Brasil como um todo, as dívidas com os bancos representam quase a metade das pendências financeiras: 48,43%, de acordo com o indicador.
Na região Centro-Oeste, o destaque ficou por conta dos atrasos financeiros com serviços básicos, como água e luz (12,19%). As dívidas com o comércio e contas no ramo de comunicação, como telefonia, internet e TV por assinatura, registraram as altas mais expressivas na região norte, com crescimento de 4,84% e 8,01%, respectivamente.
Metodologia
O indicador de inadimplência regional do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). A abrangência é nacional, com informações de capitais e interior de todos os 26 estados da federação, além do Distrito Federal.
Baixe o material completo e a série histórica em: https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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