Levantamento do IBGE mostra que mesmo num cenário de crise internacional aumentou em 7,5% o número de empresas ativas no país com pelo menos uma pessoa ocupada assalariada. Em 2010 o Brasil tinha 4,5 milhões de empreendimentos ativos.
Apesar da crise financeira internacional iniciada em 2008, o número de empresas ativas no Brasil cresceu 6,1%, de 2009 para 2010. Os dados fazem parte da pesquisa Estatísticas do Empreendedorismo 2010, divulgada hoje (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento foi elaborado a partir do Cadastro Central de Empresas (Cempre) e de pesquisas anuais nas áreas de indústria, construção civil, comércio e serviços, feitas pelo instituto e que reúnem informações sobre o segmento empresarial formalmente constituído da economia brasileira. O estudo destaca as chamadas empresas de alto crescimento (EAC), aquelas que aumentaram em 20% ao ano o número de empregados por um período de três anos consecutivos.
Os dados da pesquisa indicam que, segundo o Cempre, em 2010 havia 4,5 milhões de empresas ativas no Brasil, sendo que 46,9% delas (o equivalente a 2,1 milhões) tinham pelo menos uma pessoa ocupada assalariada e 9,3% (422.926), dez ou mais pessoas.
De acordo com o IBGE, o crescimento do número de empresas ativas chegou a 7,5% entre os estabelecimentos com pelo menos uma pessoa ocupada assalariada. Entre as empresas com dez ou mais pessoas assalariadas, a expansão é ainda maior, 8,3%.
Segundo o instituto, os 4,5 milhões de empresas ativas no Brasil, em 2010, ocupavam 37,2 milhões de pessoas, sendo 30,8 milhões (82,9%) como assalariadas e 6,4 milhões (17,1%) como sócios ou proprietários.
Os salários e outras remunerações pagos, em 2010, pelas entidades empresariais totalizaram R$ 566,1 bilhões. O salário médio mensal ficou em R$ 1,461 mil.
Em entrevista à Agência Brasil, o gerente da pesquisa, Cristiano dos Santos, atribuiu o crescimento de 6,1% no número de empresas ativas de 2009 para 2010 principalmente ao aumento da demanda no mercado interno. Segundo ele, com isso foi possível minimizar os efeitos da crise internacional sobre o país. A economia brasileira cresceu basicamente motivada pela expansão da demanda interna. Então, é claro que, em um cenário em que as exportações ficam comprometidas pelo fato de que as principais economias compradoras de nossos produtos enfrentavam e enfrentam crises que as levam a suspender essas compras, foi o mercado interno que segurou o crescimento.
De acordo com ele, é muito difícil a ocorrência de um cenário de redução drástica no número de empresas em consequência de crises financeiras ou econômicas. É extremamente difícil se ter um cenário onde não haja crescimento do número das empresas ativas, mesmo em períodos de crise, porque você convive sempre com o fenômeno de bipolaridade: [há] empresas que morrem, mas também [há] empresas que nascem.
Para Cristiano dos Santos, o máximo que pode ocorrer é uma estagnação ou até mesmo uma retração no número de empresas de alto crescimento. Tanto que, de 2008 para 2009, no auge da crise, você pôde observar queda de 0,1% no número de empresas de alto crescimento. Mas, de 2009 para 2010, houve aumento de 7,7%, destacou.
Fonte: Diário de Pernambuco
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