O brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer quando o assunto é educação financeira. A desorganização das finanças levou um quarto da população do país a ficar inadimplente e, o pior, com dívidas caras, como cartão de crédito e cheque especial. Um único mês de juros do cheque especial, por exemplo, equivale a quase dois anos de rendimentos da poupança. “É sempre difícil fugir do cheque especial, porque o montante devido cresce exponencialmente. Se a pessoa tiver reservas, é indicado que as utilize e quite logo a dívida, ou pelo menos amortize uma parte”, diz Teresinha Rocha, da DSOP Educação Financeira.
“Os juros do cheque são muito maiores que os da poupança, é inviável não mexer na quantia guardada enquanto se deve. Vale a pena zerar as economias para se livrar de uma dívida, certamente. Resolvidas as pendências, a pessoa pode usar o valor que ia para o pagamento delas e destiná-lo à poupança”, sugere. Levantamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que 75% das pessoas que estavam endividadas em agosto tinham débitos com cartão de crédito, cujos juros são superiores a 10% ao mês.
Mesmo diante desse cenário, o orçamento de várias famílias guarda uma contradição: muitos preferem manter o dinheiro aplicado em fundos de investimento ou na poupança tradicional, com rendimentos de 0,5% a 1% ao mês, enquanto deixam rolar dívidas com juros mensais altíssimos. A agente de teleatendimento Beatriz Ferraz, de 24 anos, foi vítima das altas taxas: começou devendo cerca de R$ 200, demorou a efetuar o pagamento e acabou com o nome sujo. “Parei de usar a conta e me esqueci de que devia, pois não tenho o costume de usar o cheque especial. Quando recebi a notificação do banco, tentei resolver o quanto antes”, desabafa. Após a renegociação, Beatriz, que devia R$ 320, conseguiu abater parte dos juros e pagou R$ 235 para quitar a dívida.
Cuidados A principal dica, contudo, é evitar dívidas que envolvem juros altos. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) recomenda fazer o máximo de compras à vista. Além disso, parcelar valores pequenos pode não ser boa ideia. Facilmente, várias dessas compras que, por serem de menor valor, não despertam preocupação, podem virar uma bola de neve no fim do mês. Os especialistas recomendam anotar tudo que se gasta para não perder o controle.
Quando não consegue pagar a fatura e opta pelo pagamento da parcela mínima, deixando o restante para depois, o onsumidor estará entrando no crédito rotativo do banco, que tem taxas muito acima do mercado. Ao ano, os juros do cartão de crédito somam 238,67% (10,7% ao mês), conforme levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O cheque especial alcança 161,5% ao ano, média de 8,34% ao mês. Segundo o educador financeiro Paulo Sain, sócio do Minhas Economias, a linha de crédito só deve ser considerada em casos de emergência. “O cheque especial nunca deve ser utilizado durante mais que quatro ou cinco dias. Ele pode ser usado em uma situação de falta de recursos em curto prazo, como para pagar uma conta de luz que vence alguns dias antes que o salário seja depositado.”
Fonte: Diário de Pernambuco.
Há mais trinta anos, um grupo de comerciantes Varejistas de Petrolina, percebendo, visionariamente, a amplitude na qual está terra se tornaria, reuniu-se na sede da antiga Companhia Telefônica do São Francisco, com intuito de criar uma entidade que representasse, organizasse e unisse a classe lojista.
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